O facto do Orçamento e Plano da Câmara Municipal da Calheta contemplar mais de um milhão de euros em 'Outros', ou seja, sem especificar o destino da sua aplicação, leva o CDS-PP a colocar em causa a transparência do exercício autárquico do executivo de Manuel Baeta. "Temos muitas dúvidas, não da legalidade, mas em que é que vai ser aplicado, porque não se sabe em concreto para que se destina mais de um milhão de euros", aponta Martinho Câmara, o ex-vereador, agora líder da bancada dos 'populares' na Assembleia Municipal."Essa dotação, para nós, apresenta-se como um 'saco azul', porque existem no Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais (POCAL) determinadas contas que se poderia enquadrar onde previsivelmente poderia ser gasto este dinheiro", sustenta.
Como tal não acontece, levanta a dúvida. "Não se sabe para onde vai" esse dinheiro. Compara este 'desvio' nos dinheiros especificamente destinados às diversas áreas de intervenção como se fosse "um agregado familiar que recorrendo ao ordenado toma um café e o resto gasta em 'Outros'. Como é que nós sabemos que tipo de gestão esta família tem?", questiona, a título de exemplo. E tudo porque "este valor no Orçamento municipal ultrapassa mais de um milhão de euros", realça.
E "só para que se tenha a noção da disparidade deste valor não devidamente especificado em que é que será aplicado", Martinho Câmara sublinha que "este valor é superior ao orçamento de todas as juntas de freguesia do concelho da Calheta", que são oito.
No entender do líder da oposição nada justifica um montante tão elevado. "Nós aceitaríamos se este valor representasse 1% da aquisição de bens que não estavam previstos ou então despesas que são imprevisíveis. Agora este valor que nos foi apresentado não é admissível", conclui.
Daí a denuncia de "saco azul" na gestão autárquica de Manuel Baeta.
Notícia retirada da edição do Diário
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